quinta-feira, 30 de julho de 2009

Emma Goldman

"A dúvida reina no espírito dos homens, pois nossa sociedade treme em suas bases. As instituições sociais não inspiram mais confiança e os mais inteligentes compreendem que a industrialização capitalista vai contra os próprios princípios que diz perseguir." EMMA GOLDMAN - O indíviduo, a sociedade e outros ensaios





Emma Goldman (27 de junho de 1869 - 14 de maio de 1940)




Célebre anarquista de origem lituana conhecida por seus escritos e seus manifestos libertários e feministas, foi uma das pioneiras na luta pela emancipação da mulher.
Nasceu no seio de uma família judia de Kaunas, na Lituânia, que regiam um pequeno hotel. Sofreu uma infância violenta, tendo sido estuprada com apenas 12 anos.Durante o período de repressão política que seguiu ao assassinato de Alexandre II, e quando tinha 13 anos, se transladou com sua família para São Petersburgo.
Emigrou aos Estados Unidos com uma irmã depois de um enfrentemento com seu pai, que pretendia casá-la aos 15 anos. Passou a trabalhar como operária têxtil. O enforcamento de quatro anarquistas depois do motim de Haymarket, em Chicago, animou a jovem Emma Goldman a unir-se ao movimento anarquista e converter-se aos 20 anos, em uma autêntica revolucionária. Nessa época casou com um emigrante russo, mas o casamento durou apenas 10 meses. Emma se separou e foi para Nova Iorque. Continuou legalmente casada para conservar sua cidadania americana.
Emma foi presa em 1893 na penitenciária das ilhas Blackwell. Publicamente instigou os operários à greve "Peçais trabalho, se não dai-vos, peçais pão, e se não dai-vos nem pão nem trabalho, tomem o pão". Esta citação é um resumo do princípio de expropriação preconizada pelos anarco-comunistas como Piotr Kropotkin. Voltairine de Cleyre saiu em defesa de Emma Goldman em uma conferência dada depois de sua prisão. Enquanto permaneceu na prisão, desenvolveu um profundo interesse pela educação das crianças, para o que iria dedicar-se anos mais tarde.
Junto com nove pessoas foi novamente presa em 1901 acusada de participar de um complô de assassinato contra o presidente William Mc Kinley. Um deles, Léon Czolgosz que havia dado o tiro, havia assistido uma conferência de Emma Goldman e se tornado anarquista desde então.
Entre 1906 e 1917 publica a revista anarquista mensal "Mãe Terra". Em 1910 escreve "Anarquismo e outros ensaios". Em 11 de fevereiro de 1916 é detida e presa de novo pela distribuição de um manifesto em favor do aborto. Durante vários anos, e cada vez que dava uma conferência, esperava ser detida, por isso sempre carregava um bom livro.
Em 1917 é encarcerada junto com Alexander Berkman por conspirar contra a lei que obrigava ao serviço militar nos Estados Unidos. Fez públicas suas críticas à Primeira Guerra Mundial e seu caráter imperialista.
Seu apoio a Berkman na tentativa de assassinato do industrial Henry Clay Frick a fez ainda mais impopular frente as autoridades americanas. Berkman foi preso durante vários anos.
Em 1919 foi expulsa dos EUA e deportada para a Rússia. Durante a audiência que tratava de sua expulsão o presidente da mesma qualificou a Emma como "uma das mulheres mais perigosas da América".
Residiu na URSS com A. Berkman entre 1920 e 1922 e participou da sublevação anarquista de Kronstadt. Dessa época datam seus escritos "Minha desilusão com Rússia" e "Minha posterior desilusão com Rússia". Desconforme com o autoritarismo soviético, se instalou definitivamente no Canadá. Em 1931 escreve sua autobiografia "Vivendo minha vida". Morreu em Toronto em 1940 e está enterrada em Chicago.

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